Pesquisa: produção científica gaúcha em ciências agrárias cresce 518% em 10 anos
Publicação:

Uma pesquisa feita por especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, apontou que a produção científica gaúcha em ciências agrárias apresentou um crescimento de 518,4% no período de 2000 a 2010, passando de 179 documentos para 1.107. Indexado na base de dados Web of Science (WoS), o estudo foi publicado na edição de maio do periódico Ciência Rural.
Os pesquisadores analisaram 6.617 documentos presentes no WoS no período de 2000 a 2010. Eles identificaram tipos de publicações (artigos, anais de eventos, revisões, etc.), assim como idiomas e revistas mais utilizados pelos pesquisadores para a divulgação de suas investigações. Com a análise, foi possível observar, por exemplo, a evolução anual da produção e a lista de instituições de ensino e pesquisa mais produtivas.
Os resultados mostram que os artigos científicos corresponderam a 92% do total das publicações. Inglês e português foram os idiomas mais usados e, dentre os 20 periódicos com maior número de publicações, 18 são do Brasil. A revista Ciência Rural liderou o ranking dos periódicos mais utilizados pelos pesquisadores para divulgação de suas investigações.
Para as pesquisadoras Rosely de Andrade Vargas e Samile Andréa de Souza Vanz, o aumento da produção científica gaúcha pode ser explicado em razão de dois fatores: a ampliação do número de revistas brasileiras da grande área na WoS e mudanças na periodicidade das publicações nacionais que, a partir do ingresso na base de dados internacional, aumentou seu número de fascículos editados anualmente.
O trabalho integra um projeto maior, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Comunicação Científica da UFRGS, intitulado "A ciência no Rio Grande do Sul: mapeamento da produção e colaboração nos anos de 2000 a 2010". Trata-se de uma investigação pioneira empreendida com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). Na prática, os dados dessa primeira pesquisa podem ser úteis para agência de fomento e para instituições na avaliação de sua produção e na elaboração de estratégias para captação de recursos.
A pesquisa quantitativa, com abordagem bibliométrica, abre caminho para novos estudos sobre a produção e a colaboração científica brasileira em ciências agrárias. Conforme as pesquisadoras, a meta é ampliar a investigação, com acréscimo de fontes de informação e análises sobre citações e impacto da produção científica.
As informações são da revista Ciência Rural