Seis propostas de pesquisadores do RS foram contempladas na 6ª Chamada do Instituto Serrapilheira
O RS conquistou o maior número de propostas aprovadas entre os sete estados participantes.
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Trinta e dois jovens cientistas do Brasil vão receber um financiamento de R$ 22 milhões para investir em projetos de pesquisa ousados e arriscados. Eles foram selecionados pela 6ª chamada pública de apoio à ciência do Serrapilheira, focada em pesquisadores que propusessem grandes perguntas nas áreas de ciências naturais (física, química, geociências e ciências da vida), matemática e ciência da computação. O valor total é fruto de uma parceria entre o instituto e Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), que vão financiar parte dos grants a cientistas de seus respectivos estados.
A parceria firmada entre o Serrapilheira, o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) e as FAPs de alguns estados se dá por meio de cofinanciamento. Ou seja, o Serrapilheira e as FAPs apoiam conjuntamente cientistas selecionados pela chamada pública do instituto.
Na 6ª chamada, o montante disponibilizado pelo Serrapilheira é de R$ 9,1 milhões – sendo R$ 3,2 milhões destinados ao chamado bônus da diversidade, a ser investido na formação e integração de pessoas de grupos sub-representados nos grupos de pesquisa , e o total oferecido pelas FAPs é de cerca de R$ 13 milhões. A distribuição dos valores vai variar conforme alguns critérios, como o tipo de uso a ser feito dos recursos, e está sendo avaliada caso a caso com cada FAP.
Nesta chamada, até o momento participam as Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Rio de Janeiro (Faperj), de Minas Gerais (Fapemig), do Ceará (Funcap), do Rio Grande do Sul (Fapergs), do Distrito Federal (FAPDF) e do Paraná (Fundação Araucária).
“Por serem privados, os recursos do Serrapilheira contam com mais flexibilidade que o das FAPs, por isso é mais eficaz direcioná-los a fins que tradicionalmente têm maior rigidez, como o pagamento das despesas associadas ao bônus da diversidade,”, explica Cristina Caldas, diretora de Ciência do Serrapilheira. “Buscamos, assim, otimizar a parceria público-privada da melhor forma, capilarizando mais recursos para cientistas em um momento tão importante da consolidação de suas carreiras como pesquisadores independentes, montando seus grupos e estabelecendo suas linhas de pesquisa.”
“A parceria entre o Confap e o Instituto Serrapilheira fortalece o sistema de apoio à pesquisa no Brasil, possibilitando uma maior sinergia e complementaridade na seleção e financiamento de projetos de pesquisa de alto risco e impacto”, destaca Odir Dellagostin, presidente do CONFAP e da Fapergs. “Essa colaboração se traduz em benefícios para a comunidade científica e para a sociedade como um todo, com um aumento significativo na capacidade de financiamento de projetos de pesquisa.”
Os cientistas selecionados
A 6ª chamada valorizou especialmente projetos de pesquisa arriscados, e pedia que os candidatos detalhassem como suas escolhas poderiam dar errado e o que eles pretendiam fazer caso isso ocorresse. A premissa é a de que a ciência avança mais quando assume riscos.
Os contemplados vão receber entre R$ 200 mil e R$ 700 mil, a serem usados durante cinco anos. Eles também terão acesso a recursos extras – até 30% do grant recebido – para investir como bônus da diversidade.
Conheça os cientistas gaúchos selecionados:
- Ciências da vida
Gabriela Cybis
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS)
Projeto: Podemos fazer melhor uso de sequências genéticas para identificar novas variantes virais de rápida propagação antes mesmo de emergirem nos dados?
O projeto vai estudar como usar técnicas de aprendizado de máquina para antecipar e acompanhar o surgimento de novas linhagens de vírus com potencial pandêmico.
Jeferson Vizentin-Bugoni
Universidade Federal de Pelotas (RS)
Projeto: As plantas tropicais podem contar com dispersores de sementes para acompanhar as mudanças climáticas e evitar a extinção?
O projeto vai estudar como as diferenças de dispersão de sementes entre plantas tropicais podem afetar seus riscos de extinção, levando em conta o impacto das mudanças climáticas.
- Física
Dyana Duarte
Universidade Federal de Santa Maria (RS)
Projeto: Existem fases exóticas no diagrama de fases da Cromodinâmica Quântica?
O projeto busca entender as implicações de dados recentes sobre ondas gravitacionais na cromodinâmica quântica – a teoria sobre o que se passa no interior das partículas subatômicas como prótons e nêutrons.
- Geociências
Karlos Guilherme Diemer Kochhann
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (RS)
Projeto: As zonas úmidas na Amazônia foram fontes ou sumidouros de carbono durante os últimos estados de aquecimento global?
O projeto busca entender o fluxo de carbono a partir das áreas alagadas da Amazônia no período de aquecimento global do Mioceno, por volta de 14 milhões de anos atrás.
- Matemática
Francisco Vanderson Moreira de Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS)
Projeto: Como detectar buracos negros via desigualdades geométricas?
Buscando maneiras de detectar buracos negros usando variações geométricas no espaço-tempo, o projeto interdisciplinar une física e matemática.
Renata Rojas Guerra
Universidade Federal de Santa Maria (RS)
Projeto: Modelos dinâmicos para variáveis aleatórias duplamente limitadas: como prever indicadores de desenvolvimento sustentável medidos em taxas e proporções?
Utilizando dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico sobre energia hidrelétrica, o projeto vai buscar técnicas estatísticas para a previsão de indicadores do desenvolvimento sustentável.
Confira a relação completa dos aprovados em: confap.org.br/news/serrapilheira-apoiara-32-jovens-cientistas-com-r-22-milhoes-em-parceria-com-fundacoes-estaduais-de-amparo-a-pesquisa-faps/